terça-feira, 26 de abril de 2011

As pequenas coisas e outras baranguices

Dentre algumas coisas bacanas que tenho descoberto, descobri que sou baranga.
Sim, sou baranga e assumo, sem medo de ser feliz!
Adoro admirar a lua cheia e falar alguma frase de efeito.
Leio um poema e posso quase chorar (ou abrir o bue, mesmo) diante de sua beleza.
Gosto de divagar sobre as coisas e passar horas falando das minhas teorias e devaneios sobre elas.
Sou romantica ate falar, chega! E acredito nas coisas que sonho de uma forma tao profunda que chega a ser ingenua, so porque nao quero enxergar o mundo real.
Escuto musicas bacanas e fico tao tocada por elas que me identifico e fico colocando frases no Facebook como se a musica tivesse sido feita pra mim (no fundo sei que foi!).
Sim, sou baranga, o que posso fazer?
E o o pior e que gosto cada vez mais de ser assim!
So para dar um gostinho da baranguice (Calma la, nao estou dizendo que Drummond seja barango, pelo amor de Deus!) so estou dando um dos exemplos de uma das coisas que me tocou profundamente aqui (e fez meus olhos se encherem de lagrimas).


Poema de Sete Faces (Carlos Drummond de Andrade)



Quando nasci, um anjo torto


desses que vivem na sombra


disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.



As casas espiam os homens


que correm atrás de mulheres.


A tarde talvez fosse azul,


não houvesse tantos desejos.



O bonde passa cheio de pernas:


pernas brancas pretas amarelas.


Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.


Porém meus olhos


não perguntam nada.



O homem atrás do bigode


é sério, simples e forte.


Quase não conversa.


Tem poucos, raros amigos


o homem atrás dos óculos e do bigode.



Meu Deus, por que me abandonaste


se sabias que eu não era Deus


se sabias que eu era fraco.



Mundo mundo, vasto mundo,


se eu me chamasse Raimundo


seria uma rima, não seria uma solução.


Mundo mundo vasto mundo,


mais vasto é meu coração.



Eu não devia te dizer


mas essa lua


mas esse conhaque


botam a gente comovido como o diabo.


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